sábado, 7 de setembro de 2019

Discurso da Professora Regina Almeida na solenidade de entrega da Comenda Dona Joaquina do Pompéu

No dia 24 de agosto, a comunidade pompeana e inúmeros descendentes de Dona Joaquina do Pompéu e Capitão Inácio de Oliveira Campos encerraram o IX Festival Dona Joaquina do Pompéu com a solenidade de entrega da Comenda em honra à grande Matriarca das Minas Gerais. 

Neste ano a oradora oficial foi a grande historiadora associada do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, Professora Regina Almeida que proferiu uma bela oração histórica que conclamou a comunidade de Pompéu a abraçar a causa em prol do resgate da memória histórica da mulher considerada uma das grandes figuras deste estado. 

Segue o discurso na sua integralidade: 



DONA JOAQUINA DO POMPÉU – A MATRIARCA DE MINAS

 “Para se entender a História, é preciso situar os
fatos. E é bom que se comece do começo”. R.A.



Dona Joaquina do Pompéu
autoria:  Amílcar de Castro


                              
Estamos aqui, hoje, movidos e reunidos, pela vida de uma mulher, cuja história está inserida não apenas na História de Pompéu, mas, também, na História de Minas e do Brasil. Trata-se de Dona Joaquina Bernarda da Silva de Abreu Castelo Branco, casada com o Capitão Ignácio de Oliveira Campos.
Desse Casal, sabemos, descende parcela significativa da população mineira, parcela esta que pode chegar a dezenas de milhares de pessoas, se forem confiáveis as fontes consultadas. E em se tratando de Pompéu, Pitangui e, de modo geral, do Centro Oeste de Minas, este número pode elevar-se, consideravelmente, já que o casal teve 10 filhos que, ao constituírem família, passaram a residir em terras próximas, potencializando, enormemente, o número de descendentes, na região, ao longo do tempo.
Assim, estando aqui em Pompéu, estou certa de que encontrarei dezenas de milhares de pessoas que tem na ancestralidade ligações mais próximas ou mais distantes, mas sempre ligações, com a linhagem do referido casal.
Seguindo essa linhagem, graças aos avanços da Genética e da Genealogia, podemos ir até bem antes do descobrimento do Brasil, século XIV, ano de 1377, quando Álvaro Gil Cabral, Trisavô de Pedro Álvares Cabral, descobridor do Brasil, há 519 anos, e de sua irmã, Maria Álvares Cabral, de quem descende o Capitão Ignácio de Oliveira Campos.
Além dessa origem portuguesa, europeia, portanto, o Capitão Ignácio tinha origem Indígena brasileira, pois descendia do cacique Tibiriçá (Capitania de São Vicente de Martim Afonso de Souza, SP), cuja filha Bartira, casou-se com João Ramalho, também português.
Na sucessão das uniões matrimoniais dessas duas vertentes é que se dá o encontro dessas duas linhagens – a portuguesa e a indígena – daí o resultado da miscigenação que tanto marca a população do povo brasileiro e, neste caso, do povo mineiro. Isto não significa que não haja, na cadeia sucessiva dos matrimônios dessas linhagens, inserção de outras: há, sim, por exemplo de elementos de origem belga, alemã, espanhola e de muitas outras nacionalidades.
A ascendência indígena do Capitão Ignácio de Oliveira Campos lhe chega, mais especificamente, via seu avô, o Capitão Antônio Rodrigues Velho, o Velho da Taipa, fundador de Pitangui, casado com Margarida de Campos, filha do Capitão José de Campos Bicudo e Ignêz Monteiro. Desse casamento, nasceu Ana Margarida de Campos, casada com o baiano Ignácio de Oliveira e que se tornaram os pais de Capitão Ignácio de Oliveira Campos, marido de Dona Joaquina. Daí, porque o Velho daTaipa era avô do Capitão Ignácio e genro  do Capitão José Campos Bicudo. Os dois foram os primeiros moradores de Pitangui e se tornaram vultos importantes da história da região.
Vemos, assim, entrelaçadas as origens de Pitangui e de Pompéu. Pitangui é mãe de Pompéu, não só pela cessão de suas terras, mas também pelos laços sanguíneos que ligam suas gentes, tornando cordial e fraterna a relação entre pitanguienses e pompeanos.
Às linhagens do Capitão Ignácio de Oliveira Campos, junta-se, por força do matrimônio, a linhagem portuguesa de Dona Joaquina do Pompéu, filha dos portugueses – Dr. Jorge de Abreu Castelo Branco e Dona Jacinta Theresa da Silva. O Dr. Jorge descendia de tradicional família de Viseu, com ancestrais históricos em Viana do Castelo, bem mais ao Norte de Portugal. Isso reforça a ascendência portuguesa de seus descendentes e, muito embora não seja, provavelmente, a mesma, a linhagem portuguesa do Capitão Ignácio e de Dona Joaquina, são ambas linhagens portuguesas.
Trago-lhes estas breves informações e comentários sobre a genealogia do casal para lembrar-lhes as linhagens que muito me honram, ilustram e engrandecem todos os senhores e senhoras descendentes do famoso casal. São linhagens, cujo DNA carrega a séculos e séculos uma história ancestral de grandes vultos históricos, responsáveis por grandes feitos. São todos homens e mulheres valentes, destemidos, empreendedores, bastando lembrar-lhes, entre muitas e muitas outras, as figuras de Pedro Álvares Cabral, o Descobridor do Brasil; Fernão Dias Paes Leme, o caçador das Esmeraldas; Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera; Domingos Rodrigues do Prado, o valente homem da Sedição de Pitangui e outras, muitas outras. À honra de pertencerem a estas linhagens, corresponde a responsabilidade de serem dignos(as) delas.
Homenageando todos estes vultos, inclusive os aqui mencionados, destaco o Capitão Ignácio de Oliveira Campos, homem de grande coragem e força de trabalho que desbravou os sertões da bacia do rio das Velhas, chegando até o Paranaíba; abriu caminhos, destacando a Picada de Goiás – trecho de Pitangui a Paracatú – ao longo do qual foram concedidas sesmarias que deram origem a vários núcleos populacionais. Enfrentou ele os rigores das grandes chuvas e enchentes, do sol ardente, das matas densas, povoadas de índios, animais ferozes, cobras venenosas; venceu indígenas, quilombolas, construiu capelas e fundou Patrocínio. Mais não fez porque a doença paralisou. Esteve à altura da força, da coragem e da bravura de sua ascendência e de sua valorosa mulher – D. Joaquina – que se constituiu em símbolo de patriotismo, de determinação, de empreendedorismo e sobre quem, agora falaremos, nesta bonita celebração memorial dos seus 267 anos de nascimento.
·         A primeira, fase da infância, ela viveu em Mariana, onde nasceu ao 20 de agosto de 1752 e permaneceu até 1762, quando, após a morte da mãe, o pai, Dr. Jorge de Abreu Castelo Branco, transferiu-se com a família para Pitangui.
Em Mariana, ela viveu, pois, 10 anos, na época em que a cidade era Capital da capitania de Minas e, como tal, o centro político, administrativo e religioso. Foi ali, que ela, filha de advogado e ex-seminarista (o Dr. Jorge somente se tornou padre após a morte da esposa em 1762), inserida no contexto cultural e religioso da época, conheceu a beleza, o fausto, a riqueza do barroco, não só na decoração das igrejas, como também nas celebrações religiosas memoriais, nas fervorosas novenas e trezenas, nas belas procissões, nas lindas noites de coroação de Nossa Senhora; Foi ali, que ela aprendeu cantigas populares, brincou de roda, de esconde-esconde, de pique...; foi ali, na Mariana setecentista, que ela viveu com sua mãe, até os 10 anos; que aprendeu as primeira letra e, com os pais, os princípios básicos da moral cristã e as boas normas da conduta social e cívica. A infância marianense de Dona Joaquina, marcou-lhe decididamente a personalidade, aberta a assuntos e interesses políticos, os negócios, a vida pública a que não se devotavam as mulheres de então.
·         A segunda fase da vida – pré-adolescência, adolescência e parte da vida adulta – foi vivida em Pitangui, onde, ainda “menina-moça”, casou-se com o Capitão Ignácio de Oliveira Campos e teve todos os seus 10 filhos. Foi em Pitangui que o casal começou a construir a família e seu patrimônio. Já, a essa época, Dona Joaquina demonstrava sua fé, interesse pelos negócios e pela política, revelando-se também boa católica, ajudando a Igreja e aos irmãos mais necessitados.
·         A terceira fase, ela viveu na Fazenda do Pompéu, adquirida do senhor Antônio Pompéo Taques, entre 1784/1792. A partir daí, cresceu muito o patrimônio da família; por um lado as grandes empreitadas que o Capitão Ignácio levou a termo, abrindo caminhos para o oeste e, por outro, com  a direção dos negócios e a administração enérgica e segura das fazendas, pela Dona Joaquina.
Com a morte do marido em (1804) que, em razão da enfermidade, tornara-se paralítico, Dona Joaquina, que já se tornara senhora de toda a fortuna, em razão da compra que fizera ao marido, da parte dele, passou a administrar todo o patrimônio, como única dona.

A PERSONALIDADE DE DONA JOAQUINA

            Ao lado das características de sua personalidade, Dona Joaquina teve a boa influência de seu pai, o pe. Dr. Jorge de Abreu Castelo Branco que, por ser “moderado” o seu patrimônio matéria, “não suficiente para tornar ricos os filhos”, deixou-lhe um “Morgado” , que ele assim definiu :” Instrução que deixo a meus filhos com a recomendação de que governem por ela, tomando cada um, em particular para si, as advertências que lhes faço”
            Na verdade,  o “Morgado” era (e é) um “testamento moral”, como já disse Lindolfo Xavier, escrito para os filhos. Compõe-se de 15 pequenos documentos ou recomendações sobre os seguintes assuntos ou temas: Amor a Deus; Fé, crença na Igreja; Prática das virtudes; observância da humanidade; Prática da verdade; Flexibilidade e concórdia; Fidelidade; Ira e vingança; Amor às letras, à filosofia e à Teologia; Simplicidade; Patriotismo; Prudência. Constituem-se todos esses temas de ensinamentos, recomendações, reflexões ricas de conhecimento e sabedoria que podem ser vistos como atualizados e úteis aos dias de hoje, salvo uma ou outra recomendação. Dona Joaquina soube beber dessa fonte e dela muito se beneficiou, pois, muitos traços que se pode identificar em sua personalidade, parece-nos, resultaram de lições ali contidas e por ela aprendidas.
            Pelos seus atos e ações, podemos inferir que a marianense, Dona Joaquina, era mulher de personalidade forte. Firme, enérgica, determinada, era também de grande visão. Sabia o que queria e, neste sentido, trabalhava com toda inteligência e força de seu querer e pensar. Tornou-se, como já vimos, a grande administradora de imensas extensões de terra e de valiosos outros bens, sobretudo no campo da agropecuária e, isto, seja observado, no contexto de uma sociedade patriarcal.
            Era líder nata. Sabia impor-se e fazer-se respeitada. Sabia também ajudar a quem, verdadeiramente, precisava de ajuda e castigar a quem castigo merecia, segundo seu julgamento. Para muitos, era um anjo; para outros tantos uma megera. Para mim, nem uma coisa nem outra: era, sim, uma cidadã, à moda das práticas e costumes do seu tempo. Cidadã que tanto sabia fazer uso dos seus direitos, como cumprir seus deveres, tudo entendido de acordo com o contexto a época em que viveu.
            Foi sempre uma grande patriota. Soube amar e servir o Brasil em momentos críticos de nossa história, ajudando patrioticamente seus governantes, como por exemplo, quando da vinda da corte Portuguesa para o Brasil, fugindo das guerras napoleônicas e, quando das guerras que surgiram, após a Independência do Brasil. Em caso e outro, socorreu, respectivamente, a Dom João VI, com alimentos (mantimentos e gado) para cerca de 12.000 pessoas, integrantes da Corte Portuguesa, que necessitavam de moradia e de alimentos na então pequena cidade do Rio de Janeiro que não tinha condições de os oferecer em tamanha proporção. Igualmente, socorreu a D. Pedro I, com alimentos para as tropas que lutavam na Bahia, contra os opositores de nossa independência. Na ocasião, colocou, ainda, à disposição de Dom Pedro tudo quanto possuía para auxiliá-lo nos embates pós-independência, consoante consta de uma das proclamações feitas pelo Capitão Joaquim Antônio de Oliveira Campos, seu filho caçula, e dirigida a Dom Pedro I, onde se lê: “resta ainda dar-vos uma idéia dos meos sentimentos; resta ainda assegurar-vos um penhor de que serei constante companheiro nos vossos trabalhos, nos vossos perigos, e na vossa glória; por tanto contai já de agora com os bens de Dona Joaquina Bernarda da Silva de Abreu Castelo Branco, minha minha mãe, por quem estou authorizado a fazer-vos; aceitai-o, pois, não como rasgo de generosidade, porém sim como um dever e demonstração, de fidelidade, honra e adesão pela salvação da Pátria e pela defesa de nosso Augusto Imperador (...)”. Não conheço gesto de maior patriotismo nem de maior generosidade.
            Era uma senhora generosa, caridosa, fiel a sua fé e à sua Igreja, à qual muito ajudava. Mesmo depois de mudar-se para a Fazenda do Pompéu, continuou cuidando da Capela da Penha de Pitangui dos presos da cadeia e alimentando doentes vítimas de epidemias. Na fazenda, construiu outra capela, onde havia celebrações e atendimentos regulares, pois ali mantinha um sacerdote para as celebrações e assistência espiritual a todos. Segundo a Enciclopédia dos Municípios Brasileiros do IBGE, 1959, Dona Joaquina “Não só aos potentados servia. Seu coração de mulher não fechava às misérias alheias. Durante as epidemias que assolavam a região e a fome, consequente eram as tropas e cargueiros de Dona Joaquina que apareciam, abastecendo as populações(...)” E eu acrescento: Salvando vidas!
            Não quero com isto dizer que Dona Joaquina, tenha sido uma mulher perfeita. Não! Não foi! Ninguém o é! Como todos nós, tinha suas fragilidades, idiossincrasias, faltas, defeitos, pecados... O que não podemos negar é o seu patriotismo; a sua coragem e a sua bravura; as grandes causas que ela abraçou e defendeu; a importância de sua liderança; o seu prestígio político no Brasil de então; os testemunhos de fé, de cidadania, de ajuda aos mais necessitados, e a importância de sua descendência para Minas e para o Brasil.
            Eleva-se a dezenas de milhares o número de seus descendentes espalhados não só por este vasto e belo Oeste mineiro, como por todo o Estado de Minas Gerais e pelo Brasil a fora, incluindo-se, entre eles, descendentes respeitáveis e dignos homens públicos, tais como: Presidentes da República, Governadores de Estado, Senadores, Juristas, Deputados Federais e Estaduais, Bispos, Sacerdotes, Ministros de Estado, Profissionais Liberais, Professores, enfim, patriotas de todas as classes e níveis sociais que têm prestado (e prestem) grandes serviços à Pátria.
            Em resumo, está é a grande herança – linhagem e de caráter – de todos os senhores e senhoras beneficiários. E de que todos devem orgulhar-se. Herança que marcou e marca a raça forte, operosa, patriótica que constitui a população do Centro Oeste, ou seja, desta região – coração de Minas.
            Dona Joaquina soube fazer e cultivar amizades. Recebia, em seu sobrado da Fazenda do Pompéu, visitas frequentes de personalidades da época, sobretudo, de autoridades. Os grandes da Corte dispensavam-lhe toda a atenção e tinham por ela muito respeito. Era, realmente, uma mulher “empoderada” e, por isso mesmo, também, temida. Não lhe faltaram desafetados, críticos, invejosos... mas quem se livra deles?
            O que é certo, é que ela tornou-se uma figura lendária, a respeito da qual lenda e história se alimentam reciprocamente. Mas é preciso separar o joio do trigo.

PARA ARREMATAR...

            Louvando Pompéu e suas administrações – passadas e presentes – por realizações como esta de ontem e de hoje e que tanta alegria e orgulho trazem ao meu coração, permito-me ir além e sugerir-lhes que, em algum lugar desta região, se construa um MONUMENTO em homenagem à grande Matriarca de Minas, para que não só permaneça viva, entre os mineiros, a sua memória, como também para que as pessoas que transitam pelas nossas estradas, atravessam nossos campos, sobem e descem as montanhas de Minas e contemplam os largos horizontes do Oeste de Minas, possam conhecer a história e a vida da extraordinária mulher que foi Joaquina Bernarda da Silva de Abreu Castelo Branco. Penso numa obra coletiva, na qual se empenhem todos os municípios cujo território tenha sido parte do grande latifúndio de Dona Joaquina e do Capitão Ignácio. E, para evitar que julguem minha sugestão utópica, lembro-lhes: “As coisas acontecem quando as pessoas se unem”
            Vou mais além: que se introduza no currículo das escolas municipais, uma “Unidade Didática” sobre a história, a vida, as realizações dessa grande mineira. É bom que se comece em casa. Pompéu, pelo quanto tem realizado em favor da memória de Dona Joaquina, pode capitanear essas ações e movimentos.
            And the last, but not the least, quero agradecer, profundamente, à administração de Pompéu na pessoa de seu prefeito, Ozeas da Silva Campos e, particularmente, ao Diretor do Centro Cultural Joaquina do Pompéu, o caro amigo Hugo de Castro, a honra de portar a comenda Joaquina do Pompéu que tanto enche de gratidão o meu coração e de orgulho a minha mineiridade, fazendo crescer minha admiração por esta terra cuja história tenho o dever de conhecer e divulgar, como associada correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Pompéu.
            Quero também, apresentar-lhes os cumprimentos e os aplausos do IHGMG que ato de seu presidente, Luiz Carlos Abrita, me faz aqui representante desta instituição. Sintam-se, pois, todos cumprimentados e abraçados, fraternalmente, pelo IHGMG.
            Para finalizar, peço a todos que, junto comigo, de pé, saudemos a memória de Dona Joaquina do Pompéu e os abençoados 80 anos desta próspera cidade, com uma afetuosa e entusiasmada salva de palmas!


Professora Regina Almeida no momento que pronunciava seu discurso
Créditos: Comunicação/Prefeitura Municipal de Pompéu 



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