quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Membros do Conselho do Patrimônio Histórico fazem visita técnica ao Cemitério do Pompéu Velho

 

Nesta manhã, membros do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural, Artístico e Histórico de Pompéu fizeram visita técnica ao cemitério do Pompéu Velho, campo sagrado que surgiu entorno da Capela da Fazenda de Dona Joaquina do Pompéu já no final do século XVIII.

No final do ano de 2020 o muro lateral, construído nas décadas de 1940/1950 desmoronou e devido a fechamento do ano fiscal, não foi possível investimento com recursos do Fundo Municipal do Patrimônio Cultural (FUMPAC) que fez agora a doação de 32 (trinta e dois sacos de cimento).

A reconstrução do muro está sendo coordenada por membros da comunidade local que não podendo esperar a abertura do ano fiscal para as compras por meio da Administração Municipal (Prefeitura), resolveram iniciar as obras.

Tendo em vista a grande importância histórica do local para a memória coletiva não só local, mas para Minas Gerais, o Instituto Histórico e Geográfico de Pompéu e o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural, Artístico e Histórico de Pompéu apresentarão um projeto de revitalização deste cemitério e também o “dos Escravos”, construído há cerca de um km de distância deste.

As duas instituições contarão, além de recursos públicos, com a boa vontade da comunidade pompeana e de descendentes de Dona Joaquina do Pompéu e Capitão Inácio de Oliveira Campos.

Aproveito o ensejo para parabenizar aqui o valoroso senhor Geraldo e demais membros da comunidade local pela preocupação e manutenção do espaço.


Notas históricas sobre o local

 Dr. Deusdedit Pinto Ribeiro de Campos em sua monumental obra reza:

 

A Capela e o Cemitério

Dentro da fazenda descrita existia uma capela onde eram celebrados ofícios religiosos. Consta que ali residia, ao tempo de Dona Joaquina do Pompéu, um padre, o Padre Galvão. Sobre esse, devemos esclarecer a confusão com o padre Manoel Serrão de Oliveira, que realmente viveu em Pitangui, mas, pelo ano de 1715. Ele possuía lavras de ouro na Paciência, e um dos seus sucessores foi Pedro Fialho do Rego. A uma distância de seiscentos metros mais ou menos ficava a Capela totalmente feita em madeira, com torre e sino, toda coberta por telhado de telhas coloniais. Na frente ficava um cruzeiro, cujos restos ainda podem ser vistos.


Cemitério do Pompeu Velho com Capela e tendo ao fundo o Sobrado ainda resistindo ao tempo
Foto tirada em 1943 por Dona Rachel Mascarenhas Viana - cedida por sua filha Dra. Silvia Maria Mascarenhas Viana



A Capela avarandada - Fotografia de 1943
Rachel Mascarenhas Viana - cedida por sua filha Dra. Silvia Maria Mascarenhas Viana

Somente a sacristia era fechada, com paredes de pau-a-pique, com duas portas, com uma abrindo-se para o altar. Essa sacristia e o cruzeiro de madeira, são o que resta da capela (na época da lavra do texto). Estamos publicando fotos dessa capela, onde se vê o cruzeiro, ainda hoje preservado. Essas magníficas fotos nos foram, gentilmente, cedidas por Silvia Maria Mascarenhas Vianna. Em uma delas tem-se a visão do sobrado ao fundo. Ao redor dessa Capela foi se formando um cemitério, onde se passou a enterrar os descendentes. Nessa sacristia foram enterrados Dona Joaquina e o seu marido Capitão Ignácio. E a única estrutura que resta: o Cemitério dos Brancos de Nossa Senhora da Conceição do Pompéu Velho, onde estão sepultados muitos dos descendentes. Consta que havia, nesse cemitério, muitas estátuas de mármore e de bronze, que foram furtadas. Conserva-se ainda uma placa que ficava em frente a esta sacristia com as inscrições: DJBSACB.

A uma distância de, mais ou menos, dois quilômetros fica um outro cemitério: o Cemitério dos Escravos, que se encontra, também, bem conservado, porém descaracterizado uma vez que se retirou a cerca de madeira (aroeira), que conheci na infância, tendo sido substituída por um muro de alvenaria.

 

Ressalta-se que o Cemitério dos Escravos foi reformado com recursos do Fundo Municipal do Patrimônio Cultural (FUMPAC) e as placas de muro retiradas, tendo sido recolocadas as lascas de aroeira como na era primitiva do uso e que terá uma matéria específica nos próximos dias. 

Atenção

Caso queira contribuir com as obras de manutenção ou como voluntário, entre em contato pelo número 37 3523 2266 ou pelo email ihgp@pompeumg.com.br 


Milene Elba de Campos, Hugo de Castro Machado e Natalia Pires
Membros do Conselho

Espaço mostrando o muro que desabou
 
Base do novo muro que está sendo construído 

Deu tempo ainda de uma pequena produção cinematográfica com efeitos especiais e tudo! 
Assistam: 








 

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